Pensa-se que o consumo de café como bebida surgiu na Etiópia através de abades que após fazerem uma bebida com os frutos do cafeeiro, notaram um aumento do estado de alerta durante as longas orações da noite.
Comercialmente são utilizadas duas espécies do cafeeiro (Coffea Rubiaceae): café arábica (C. arábica) e café robusta (C. canéfora). A primeira possui um sabor mais suave e aromático do que a segunda, por sua vez mais amarga e rica em cafeína.
Os frutos do cafeeiro podem ser podem ser desidratados inteiros, ou sofrerem a extração do grão de café verde do seu interior, para ser fermentado e desidratado.
Na maioria dos casos, os grãos de café verde seguem para a torrefação. Neste caso, o café adquire a sua cor castanha característica. Após a moagem, o café poderá ser embalado apenas com uma, ou com as duas variedades arábica e robusta, em função das características finais que se pretendam.
Antes da torrefação o café verde pode ser descafeinado através da aplicação de um de quatro agentes que retiram até 99,9% da cafeína (água, o dióxido de carbono, o acetato de etilo e o cloreto de metileno). A seguir a esta etapa os grãos são novamente lavados para remover estes solventes. Apesar deste café ser mais tratado, estima-se que os resíduos de solventes não existam além dos 0,1% no produto final.
Outro aspeto importante a considerar quando escolher o seu café é a sua origem biológica ou não. Em comparação com os tradicionais, os cafés biológicos apresentam concentrações mais elevadas de compostos bioativos e de cafeína, como também não contêm resíduos de pesticidas e preservam a biodiversidade do ecossistema. O mesmo se aplica aos descafeinados biológicos, sendo que um dos solventes mais comuns utilizados, neste caso, ser a água.
Esta bebida apresenta ainda inúmeros efeitos ao nível da saúde. Os principais compostos bioativos do café que têm sido associados a um efeito positivo para a saúde são a cafeína, os polifenóis, a trigonelina e o ácido clorogénico. Vários estudos mostram que o consumo regular e moderado de café por pessoas saudáveis, isto é, o mesmo que 2 a 3 cafés por dia (ou 300 a 400mg por dia de bebidas contendo cafeína) pode contribuir para a prevenção de várias doenças crónicas.
A prevalência de doenças como a diabetes Mellitus tipo 2, de doença hepática e de cancro hepatocelular, assim como de doença de Parkinson e Alzheimer, parece ser menor em pessoas que referem um consumo regular e moderado de café. A nível desportivo, alguns estudos sugerem ainda que o café pode contribuir para melhorar a resistência em exercícios de longa duração.
Valores médios de cafeína em várias bebidas e alimentos
Descafeinado: 2 mg
Café curto: 62 mg
Café médio: 72 mg
Café cheio: 88 mg
Chá (220 ml) – 50 mg
Café (filtro, 1 chávena, 200 ml) - 90 mg
1 lata de bebida energética (250 ml) – 80 mg
1 lata de cola (355 ml) – 40 mg
1 barra de chocolate preto (50 g) – 25 mg
1 barra de chocolate de leite (50 g) – 10 mg
Apesar de ser considerada uma bebida segura para a maioria das pessoas, é conveniente referir que a sensibilidade à cafeína é variável. As pessoas mais suscetíveis aos seus efeitos secundários são as crianças, adolescentes, grávidas, idosos. Em caso de gravidez ou amamentação é inclusive aconselhado um consumo inferior 200mg por dia de bebidas contendo cafeína.
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